Torá em Português
Parashat Shelach Lechá
Tudo é reciclado
Tradução de español: David Abreu
Tudo é reciclado. Nossos Sábios ensinam repetidamente sobre a importância de "reciclar" as mitzvot. Existem vários exemplos que confirmam este princípio. O etrog, por exemplo, não é jogado fora quando Sucot termina, mas é ralado e usado como condimento aromático na Havdalá. Com o lulav seco, por exemplo, o fogo geralmente é aceso para queimar o chametz antes de Pessach.
O Talmud diz: “Uma vez que - por meio dele - um preceito foi cumprido, então outro é cumprido” (ver, por exemplo, Shabat 117b). É uma ideia extremamente poderosa, especialmente em tempos em que tendemos a reciclar praticamente tudo ao nosso alcance: garrafas, papel, madeira e plásticos.
O Talmud Ierushalmi (Sanhedrin 2: 6) nos diz que esta a letra yud foi a letra que "caiu" do nome de Sarai, quando nossa matriarca foi renomeada Sará. A letra yud veio reclamar diante da corte divina quando viu que havia perdido sua parte em nome de uma mulher tão virtuosa. D'us consolou a letra yud dizendo-lhe que no futuro ela se tornaria parte do nome de outro tzaddik e foi assim que ele acrescentou o nome de Hoshea transformando-o em Ieoshúa.
Agora ... qual é a ligação entre Ieoshúa e nossa matriarca Sara? Sara foi a primeira mulher hebraica enterrada na Terra Prometida. Ele deixou sua casa e suas terras - pagando os custos que essa decisão acarretou - e decidiu se estabelecer na Terra designada por D'us, e ali morrer.
Ieoshúa, no momento da partida dos espiões para a Terra Prometida, recebe o Yud de nossa matriarca e entende que quem ferir a honra da Terra de Israel -como fizeram dez de seus companheiros- está ferindo a honra de Sara.
Ieoshúa, o recipiente daquele pequeno Yud caído, sabia como honrar nossa matriarca Sara, assim como o próprio Moshe implorou mudando seu nome: "Que o Eterno te salve do (mal) conselho dos espiões" (RaSHI a 13, 16 ) Nada é descartado; tudo é reciclado.