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Torá em Português

Old Hebrew Prayer Book

Parashat Vaigash

Por um Alef de Diferença

Tradução de español: David Abreu

Rabi Yaakov ben Asher, Baal HaTurim, diz que o dia da semana em que ocorre a noite do Sêder sempre coincide com o dia de Tishá beAv (O.J. 428).

Além da curiosidade, é interessante investigar a relação entre as duas datas. O que Pesach e Tishá BeAv têm em comum?

O rabino Isaac Bernstein oferece um comentário interessante sobre isso.

Pessach e Tishá BeAv representam ideias diametralmente opostas. Pessach é uma celebração que representa a ideia de UNIDADE; Tishá BeAv, por outro lado, representa a ideia de DISCÓRDIA.

Onde sabemos que Pessach simboliza a unidade?

O Maharal de Praga em seu comentário sobre a Hagadá da Páscoa ensina que as leis que regulam a oferta pascal estão ligadas ao conceito de unidade e integridade.

A oferta de Pesach deve ser comida em grupo, o animal deve ser assado inteiro (não seccionado) e não pode ter nem mesmo um osso quebrado. Por outro lado, ao transmitir as leis da oferta pascal, os filhos de Israel são chamados de Congregação (Edá) pela primeira vez no texto bíblico (Shemot 12, 3).

A conexão de Tishá BeAv com o conceito de discórdia tem sua fonte no Talmud, onde somos informados que o segundo Beit HaMikdash foi destruído pelo ódio gratuito entre os filhos de Israel (Yoma 9b).

A noite do Sêder se conecta com Tishá BeAv, porque o exílio egípcio também começou com ódio gratuito entre irmãos. Os filhos de Israel desceram ao Egito como resultado da venda de Iosef (de fato, somos ensinados que embeber os karpas em água salgada na noite do Sêder lembra a venda de Iosef, já que seu manto estava encharcado de sangue).

O exílio egípcio e a redenção do Egito são os dois extremos desse processo que começamos a percorrer com a venda de Iosef para o Egito. O ódio gratuito conduziu finalmente à redenção do Egito e isto conduziu a uma realidade - praticamente utópica - de UNIDADE que encontrou a sua expressão máxima na revelação do Monte Sinai.

“E Israel acampou ali em frente à montanha” (Shemot 19: 2), a Torá nos diz ao descrever a entrega da Torá. Nossos sábios observam que o versículo está escrito no singular. Acontece que os filhos de Israel acamparam de disputa em disputa. Quando eles alcançaram Refidim, todos eles se tornaram um coração e um grupo. É por isso que está escrito "E acampado", no singular. Disse o Santo Bendito seja: A Torá é paz; Vou dar para uma nação que ama a paz (Tanchuma Itró 9).

Este processo que leva do exílio à redenção e da discórdia à unidade é sabiamente sugerido pela língua hebraica. A diferença entre a palavra hebraica Golá (גולה) (Diáspora) e a palavra Geulá (גאולה) (Redenção) é apenas uma letra aleph que sintetiza -melhor que qualquer outra- o conceito de UNIDADE. Quando ela desapareceu e foi adiada pela DISCÓRDIA, a redenção tornou-se uma diáspora e exílio.

A UNIDADE transforma o exílio em REDENÇÃO, como aconteceu quando saímos do Egito. No entanto, DISCÓRDIA faz com que a redenção leve ao EXÍLIO, como aconteceu com a destruição do Beit HaMikdash.

Que D'us nos ajude a sermos capazes de marchar juntos em busca dos valores que emanam do feriado da Páscoa, afastando-nos das sombras do ódio que levaram à noite mais longa da história de nosso povo.

Rabino Gustavo Surazski, Ashkelon, Israel

gustisur@gmail.com

+972547675129

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